O Espadachim de Carvão
Affonso Solano
@affonsosolano
“Qualquer coisa pode ser morta. Basta acertá-la no lugar certo.”
O
Espadachim de Carvão... Em poucas palavras, “Surpreendente”, nunca esperei que
houvesse um brasileiro que fosse capaz de me envolver tanto em uma historia,
afinal eu com meu preconceito besta sobre literatura Brasileira, antes imaginava
que literatura brasileira era e nunca iria deixar a sombra de contos no
estilo Dom Casmurro (romance escrito por Machado de Assis
em 1899) afinal é único estilo literário que os benditos professores nos dão como referencia de “literatura brasileira”,
não estou desmerecendo esse tipo de livro, mas não conseguirão atrair um futuro
publico de leitores os fazendo ler A Moreninha (romance de autoria do
escritor brasileiro Joaquim Manuel de Macedo 1820-1882) ...
Affonso Solano te leva a um
mundo totalmente novo, com novas criaturas, religião, medidas e
tempo...
Te faz adentrar seu novo
mundo, torcer por Adapak o querido e inocente Semideus de pele cor de Carvão, e
não te deixa parar de virar as paginas.
Sinopse:
Filho de um dos quatro deuses de Kurgala,
Adapak vive com o pai em sua ilha sagrada, afastada e adorada pelas diferentes
espécies do mundo. Lá, o jovem de pele absolutamente negra e olhos brancos
cresceu com todo o conhecimento divino a seu dispor, mas consciente de que
nunca poderia deixar sua morada.
Ao completar dezenove ciclos, no
entanto, isso muda.
Testemunhando a ilha ser invadida por
um misterioso grupo de assassinos, Adapak se vê forçado a fugir pela vida e se
expor aos olhos do mundo pela primeira vez, aplicando seus conhecimentos e uma
exótica técnica de combate na busca pela identidade daqueles que desejam a
morte dos Deuses de Kurgala.
Esculte, Vejea, Leia:
OmeleTV #220 - O Espadachim de Carvão, A Bicicleta Epiplética e A Batalha contra Ezekiel Stane
Prévia do Capítulo 1
Adapak
“O FILETE DE LUZ atingiu as pálpebras de Adapak, alfinetando-lhe a
consciência. Ele desviou o rosto da fresta por onde a lua espiava, piscando
enquanto a memória o informava da situação.
Bosta.
Adormecera. O
espadachim amaldiçoou o corpo cansado e girou a cabeça cuidadosamente para os
lados, sentindo a dor lhe escorregar pela coluna vertebral, punindo-o pelo
descuido. Tinha cometido um erro grave.
Quanto tempo havia
perdido? Daquele esconderijo, o jovem de 19 ciclos de idade não tinha como
saber: a pouca luminosidade que penetrava no depósito era graças às brechas e
falhas na madeira das paredes, porta e janela, perfurando as trevas como lanças
pálidas querendo feri-lo. O lugar contava cerca de 7 passos de comprimento por
5 de largura, abrigando um par de estantes com instrumentos de jardinagem,
selas, sacos de adubo e ração envelhecida – quem quer que tenha construído o
aposento abandonara-o há vários ciclos, deixando a madeira podre convidar o
mofo e a poeira para ali morar.
Irritado, Adapak se
levantou, cauteloso quanto ao ranger das tábuas do chão; qualquer barulho, por
mais baixo que fosse, era um direito que ele havia perdido. De sentado passou
para ajoelhado, colando o ouvido na parede leste: insetos orquestravam sua
melodia noturna e nada mais.
Espere.
As tábuas da janela
dobraram-se violentamente para dentro do depósito, cuspindo farpas por cima de
sua cabeça. O segundo impacto foi ainda mais forte, permitindo que a luz
adentrasse livremente em feixes brancos, queimando a escuridão. Adapak moveu o
corpo para o canto e desembainhou uma de suas espadas gêmeas, Igi. A lâmina de
osso despertou com um silvo ao deslizar no forro da bainha, implorando para que
sua superfície perfeitamente branca logo fosse maculada. Um terceiro baque
agora destruía completamente o que antes era a janela do aposento, abrindo um
rombo grosseiro para o mundo exterior.
Um deles entrou.
Sobre o Autor:
Affonso Solano trabalha como
ilustrador e storyboarder para empresas como TV Globo, TV Record e agências de
publicidade. É colunista do site Tech Tudo e co-criador do site Matando RobôsGigantes, hoje incorporado ao grupo Jovem Nerd.
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